segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Voltei

Volto para a palavra

Volto palavra

ReVolto a palavra

Dou voltas nas palavras

Volto...

Tenho silêncios longos, na procura por algo vivo em mim, eu vivo em mim, tenho medo dos meus mergulhos, acho beleza na introspecção, gosto do que mora dentro, do que se esconde, tenho uma dor alegre, é difícil mostrá-la, demonstrá-la, quem me conhece, me conhece sorrindo, minha dor é educada, não atravessa as paredes do meu quarto.
Sinto como quem está próximo da morte, vivo me despedindo como quem não volta, sou de uma matéria frágil, fui composta de palavras, de livros de sebos, de Chico, Bethania, Marisa e tantos que me afinaram pra ouvir o amor, o escuto baixinho, fecho os olhos pra ler, vivo de suspiros, o cotidiano me comove, me move, tenho filmes que me perturbam, de tão silenciosos, adoro o intervalo das palavras, é quando cato minhas impressões e as escrevo na pele, leio livros pra ler gentes, quando saio nas ruas, transformo a palavra em coisa viva, observo os casais com graça, eles apagam o mundo pra se olhar, sou expectadora dos silêncios, falo muito por temer me escutar, o amor só morre em mim de morte natural, com idade avançada, não esqueço nada, nem quero, meu livro não caça palavras, Eu caçaDOR de mim...

Bianca Alves.
Estou diante da folha branca, o teclado revela tantas letras, ensaio tocá-lo e escrever algo pra você dormir em paz na sua colcha de chita, tá tudo bem, amor, quero te dizer que tenho me cuidado, ido ao analista, feito caminhada e até rezado antes de dormir, quando a saudade aperta olho suas coisas ainda no mesmo lugar, temo tirá-las, você sabe que não lido bem com a verdade, com o absoluto, sou de uma matéria estranha, o tocável não me toca, faço poesia pra espantar o real, solidão também aquece e sexo quando só é só frio, descobri que as minhas habilidades não me servem de nada, no máximo impressiono alguns estranhos, ando tão comum de uns tempos pra cá, não avaliei ainda se isso é bom ou se vou sentir falta de ser aquele ser diferente que sempre chama atenção quando anda pelas ruas, algo na minha comunicação morreu, e a dor anda me calando, alguns dirão que pareço mais sábia,quem chegar perto saberá que ando entalada, estou plena de vazios doces, esse texto meu bem, não era pra ser triste, era apenas para te contar que estou bem, que as vezes sou quase alegre de tão triste, que o cactos cresceu e vou precisar arrumar um outro vaso, que ando pensando em ser feliz qualquer dia desses, que o meu sorriso não é mais tão fácil, que o violão permanece sem cordas, não quero ele me falando de você, tá tudo tão confuso e simples, e isso não é culpa sua, nem minha, é recente essa minha impressão de que tudo é muito confuso e muito simples, falo isso sorrindo, dessa vez não é dor, é só uma sabedoria adquirida com as cicatrizes, engraçado, elas não me fizeram dura, não vou fugir do amor quando ele me achar, tenho planos pra ele, mas, isso eu não confesso a ninguém, nem a mim, ando com medo de ser feliz, mudar é difícil, tristeza...

EU JÁ CONHEÇO.

Bianca Alves.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Eu gosto de você como se tivessemos o mesmo sangue.